quarta-feira, 15 de maio de 2013

Desrespeito, desorganização e muito Rock!

Em noite marcada pela desorganização e desrespeito com o público, UFO salva a noite e mostra porque é uma das mais influentes bandas de Hard Rock da história. 

O que tinha para ser uma noite memorável pela apresentação do grupo UFO no Rio de Janeiro, mostrou que a cidade precisa urgentemente de um local de pequeno porte digno para realização de shows de rock. Quando cheguei na entrada do Teatro Odisseia duas filas estavam formadas, uma para quem havia comprado ingresso antecipadamente, chegando a esquina, e outra para quem pretendia comprar na hora ou estava na lista VIP. Ambas as filas andavam muito vagarosamente, pois para entrar na casa é necessário colocar o nome numa comanda que controla a consumação das pessoas dentro da casa de show. A primeira pergunta que aparece é por que existe essa comanda, visto que a tragédia no sul do país muitos morreram porque os seguranças impediram que as pessoas saíssem sem o pagamento dessas malditas comandas. 
Eu nem vou comentar sobre a ineficácia dos atendentes, pois pareciam estar perdidos com o excessivo de pessoas para entrar. O resultado disso é que quando o show começo um número expressivo de pessoas ainda estava nas filas, criando uma situação que poderia ser evitada. Eu somente consegui entrar quando a banda estava terminando a terceira música da noite. O início do show poderia ter sido adiado em respeito aos fãs que ainda estavam nas filas, mas isso não aconteceu. Depois que entrei achei que os problemas haviam terminado, mas quando olhei para o palco percebi dois enormes amplificadores impedindo visão do palco por completo. A única posição razoável que encontrei era ao lado do palco, numa posição muito desconfortável, que me permitia ver parte da banda e não ela por completo. A situação ridícula ocorria quando Vinnie Moore solava e eu não conseguia ver sua performance, pois como ele ficava a frente do palco os amplificadores colocados no palco atrapalhavam a minha visão.
Detalhe, isso ocorrendo numa cidade que será sede da final de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada nos próximos três anos. Quem ganha com isso eu não sei, mas não é o público. Se não fossem esses problemas eu poderia com toda certeza fazer uma resenha mais tranquila, mas fica um tanto complexo. Vou tentar dizer sobre o que vi e/ou ouvi, não necessariamente juntos. Sobre as três primeiras músicas tenho pouco a dizer, mas a banda começou a noite com a excelente "Lights Out", seguida por "Mother Mary" e "Fight Night". O grupo que subiu ao palco ontem conta apenas com Phil Mogg (vocal) e Andy Parker (bateria) da formação original, Paul Raymond (teclado/guitarra) que pode ser considerado um integrante importante e Vinnie Moore (guitarra) que cai como uma luva ao som do grupo, principalmente pelo seu virtuosismo. Finalmente temos Rob De Luca (baixo), ex-Sebatian Bach, que não chega a ser Pete Way, mas não compromete. 
A quarta da noite foi "Wonderland", que teve um grande solo de Vinnie, seguida de "Cherry" e "Let It Roll", essa última muito cantada pelo público dentro do Odisseia. Uma coisa sobre os amplificadores colocados no palco é que eles resolveram os problemas de microfonia que sempre ocorrem nos shows no Odisseia, além de darem o peso necessário em cada música da noite. A trinca seguinte foi "Burn Your House Down", "Only You Can Rock Me" e "Love to Love, mostrando toda qualidade dos músicos da banda. Algo que merece ser mencionado é a participação de Phil durante o show, sempre muito comunicativo com o público e sempre tomando uma cerveja entre cada música. Uma figura! A metade do show é ultrapassada com as músicas "Love to Love" e a muito pedida "Hell Driver", que teve um daqueles solos memoráveis. 
Com o show chegando ao seu final são executadas as faixas "Too Hot to Handle" e "Rock Bottom", outra muito pedida durante o show. Deveria haver um bis, mas Phil disse que isso não era necessário afirmando que os fãs saberiam que a banda voltaria. A sugestão seria o público fechar os olhos e abrir logo em seguida, pois teria o mesmo efeito. Nesse clima bem descontraído a banda executa a clássica "Doctor Doctor", para em seguida finalizar a noite com "Shoot Shoot". Grande parte do público parece ter saído satisfeita, mas algumas pessoas saíram com a sensação que as coisas podiam ter sido melhores.
Setlist:
01. Lights Out
02. Mother Mary
03. Fight Night
04. Wonderland
05. Cherry
06. Let It Roll
07. Burn Your House Down
08. Only You Can Rock Me
09. Love to Love
10. Hell Driver
11. Venus
12. Too Hot to Handle
13. Rock Bottom
14. Doctor Doctor
15. Shoot Shoot

2 comentários:

  1. Fiquei meia hora na fila mas consegui entrar com calma e curtir o show, lá atrás, embaixo do ventilador para tentar aliviar o calor. Apesar da tosquice do lugar, o show foi excelente! Aproveitei todos os momentos, na íntegra. Um show num muquifo desses tem seus lados positivos: é mais farra, você fica mais próximo do artista, o artista se diverte muito mais! E como o Phil Mogg se divertiu, mesmo com o calor e a Skol...

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    1. Tirando as três músicas que perdi, musicalmente o show foi excelente... A banda é formada por músicos fantásticos... Merecia uma estrutura melhor...

      The Crab

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