Em primeiro lugar peço desculpas no atraso das resenhas, mas segunda e hoje foram dias agitados. O fato de ter ido dormir esses dois dias depois das 3 h e 30 min e acordar cedo para ir trabalhar também contribuiu para isso. Depois dessas duas pequenas considerações, vamos ao que interessa que é contar ou tentar passar um pouco da emoção vivida esses últimos dois dias. O dia domingo começou com uma expectativa absurda, afinal mesmo já tendo visto ao vivo Rolling Stones, KISS, Iron Maiden, Rush, Deep Purple, B.B. King, Jean Luc-Ponty, Scorpions, Judas Priest, Alan Parsons Project e tantos outros, nada se compara a ver um Beatle se apresentando. Como não pude ir ao show do ano passado em São Paulo, era o momento de me livrar dessa frustração e por isso garanti ingressos para os dois dias. Cheguei ao Estádio do Engenhão por volta das 18 h e 30 min, isto é, três horas antes do início programado para o início da apresentação de Paul McCartney. O público lotava as ruas em volta e longas filas se formavam na entrada, eu, por exemplo, levei quase 1 h para entrar no estádio.
Enquanto a apresentação não começava o DJ Chris Holmes fez a música de fundo, trazendo versões eletrônicas de músicas de Paul McCartney e Beatles. A idéia foi interessante e fez algumas pessoas dançarem enquanto esperavam. O sinal para a noite espetacular veio com a apagar da luzes, trazendo ao palco Paul, vestindo um blazer azul e com um grande sorriso no rosto. O show começa com "Hello, Goodbye” para delírio dos 45 mil fãs, que misturava muitas gerações, trazendo em seguida a excelente "Jet", da época de Wings. Essas duas faixas já mostravam que a noite prometia. Antes da terceira música da noite Paul faz a primeira interação com o público, dizendo: "Olá, Rio! Olá, cariocas! Boa noite, Brasil!”. O público foi ao delírio. Continuando, disse: "Hoje vou falar português, mas vou falar mais inglês". A figura de Sir Paul não diz que eles já possui 68 anos, pois apresenta muita energia. Com essa energia traz sucessos como "Letting Go", "Drive My Car", "Sing the Changes", "Let Me Roll It/Foxy Lady", "The Long and Winding Road", "1985", a inusitada "Let ‘Em In", faixa que gosto muito, e "I’ve Just Seen a Face".
O palco que possuía um baita telão de alta definição e dois telões verticais ao lado do palco era um espetáculo a parte. O telão do fundo do palco mostrava imagens ligadas as faixas executadas, enquanto que os telões laterais mostravam para todos do Engenhão cada detalhe do que rolava no palco. A noite continua com "And I Love Her", e antes da décima terceira da noite Paul diz que ela foi escrita numa época que existiam sérios problemas ligados aos direitos civis nos Estados Unidos, para finalmente tocar "Blackbird" em voz e violão. Um dos grandes momentos da noite. A noite continua com "Here Today", "Dance Tonight", que contou com a participação inusitada do baterista Abe Laboriel Jr. que ao fundo fazia uma dança pra lá de divertida, e "Mrs Vandebilt". Com mais de uma hora de apresentação nem Paul e nem o público mostravam cansaço. As duas faixas seguintes foram daquelas de tirar o fôlego e deixar qualquer fã de olhos cheios de lágrimas: "Eleanor Rigby" e "Something", essa última executada com imagens de George Harrison ao fundo.
Além de Abe, que simplesmente é um baterista de mão cheia e já tocou com B.B. King, Eric Clapton e Steve Winwood, Paul conta com uma "fantástica banda", como ele depois anunciou ao final do show. O guitarrista estadunidense Rusty Anderson, que já tocou com Neil Diamond e Carole King, é responsável por grande parte dos solos da noite, o outro guitarrista Brian Ray, que já tocou com Keith Richards e Peter Frampton, faz a parte de apoio e intercala com Paul alguns momentos passando a ser o baixista em algumas músicas. Um músico que caiu como uma luva para a banda. Finalmente. Nos teclados está Paul "Wix" Wickens, músico que acompanha Paul nas últimas duas décadas, "se vira nos 30" para samplear algumas partes presentes nas músicas originais. Com uma banda dessas, nem é preciso dizer que as coisas ficam mais fáceis. Voltando a noite, a apresentação continua com "Band on the Run", a divertida "Ob-La-Di, Ob-La-Da" e "Back in the U.S.S.R". Com a primeira parte chegando ao fim, a noite vai ficando mais animada e são trazidas "I’ve Got a Feeling" e "Paperback Writer".
Antes da vigésima quarta da noite, isso mesmo 24 música até aqui, Paul diz que a música seria uma homenagem a Lennon. A deixa permitiu trazer "Day In The Life/Give Peace A Chance", que fez muita gente sinalizar "Paz e Amor" na platéia. Com Paul ao piano, a bela "Let It Be" é constrastada com o ritmo alucinante de "Live and Let Die" que contou com fogos de artifícios e chamas saindo do palco. Um daqueles momentos de deixar qualquer um de boca aberta. Depois desse mega sucesso, assassinada anos mais tarde pelo Guns n' Roses, a primeira parte da noite é finalizada com "Hey Jude". Aliás, essa música provocou um dos momentos mais bonitos já vistos em um show. Durante parte da música, fãs localizados na pista prime e na pista comum levantaram inúmeros cartazes com "na-na-na", causando surpresa e arrancando sorrisos de Paul. Um bela iniciativa e que mostra que o público brasileiro é mesmo diferente de qualquer um pelo mundo. Em nota oficial hoje, Paul disse: "Foi uma coisa tão visual. Foi muito emocionante porque os fãs tiveram todo este trabalho. Eles poderiam ter ido ao show e assistido, mas eles combinaram para planejar este momento especial".
Antes do bis estranhamente algumas pessoas começaram a ir embora, coisa que não dá para entender afinal não era show do Restart ou do Exaltasamba, motivo algum justificariam um comportamento desses. Para esse primeiro bis são tocadas: "Day Tripper", "Lady Madonna" e "Get Back", sendo essa última uma das minhas favoritas dos Beatles. Depois de uma pequena saída, Paul e banda retornam para o segundo bis e traz "Yesterday", que fez muitos cantarem abraçados, a quase heavy metal "Helter Skelter" que é um verdadeiro petardo musical, para finalmente finalizar com "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band/The End". Depois de aproximadamente 2 h e 30 min de excelente música, os fãs puderam voltar para casa com aquela sensação de ter visto um dos maiores espetáculos já acontecidos em solo carioca.
Set list:
01. Hello, Goodbye; 02. Jet; 03. All My Loving; 04. Letting Go; 05. Drive My Car; 06. Sing the Changes; 07. Let Me Roll It/Foxy Lady; 08. The Long and Winding Road; 09. Nineteen Hundred and Eighty-Five; 10. Let ‘Em In; 11. I’ve Just Seen a Face; 12. And I Love Her; 13. Blackbird; 14. Here Today; 15. Dance Tonight; 16. Mrs Vandebilt; 17. Eleanor Rigby; 18. Something; 19. Band on the Run; 20. Ob-La-Di, Ob-La-Da; 21. Back in the U.S.S.R.; 22. I’ve Got a Feeling; 23. Paperback Writer; 24. A Day In The Life/Give Peace A Chance; 25. Let It Be; 26. Live and Let Die; e 27. Hey Jude.
Bis 1:28. Day Tripper; 29. Lady Madonna; e 30. Get Back.
Bis 2:
31. Yesterday; 32. Helter Skelter e 33. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band/The End
Com menos de 24 h, estou de volta ao Engenhão para acompanhar o segundo show de Paul no Rio. Durante o dia, muitas pessoas me perguntavam se eu era louco de ver o mesmo show duas vezes. Com certas pessoas eu nem me dou o trabalho de argumentar, afinal elas não possuem cultura musical suficiente para entender que certos ícones não repetem o mesmo show dois dias seguido. A surpresa começou ao chegar ao Engenhão, onde consegui de última hora comprar um ingresso de pista prime. O que não consegui pelo método convencional, isto é, comprando pela internet, consegui com umas pessoas que possuíam ingressos sobrando. Fiquem tranquilos, não eram cambistas. Por motivos particulares, os amigos dessas pessoas não puderam ir e com um preço convidativo de R$ 200,00 fui "obrigado" a comprar. Diferente do primeiro dia, que estava localizado nas cadeiras inferiores do setor leste, estava de frente para o palco. Um baita upgrade, que surgiu de forma inusitada e me deixou pra lá de feliz. A noite já mostrava que seria inesquecível.
Diferentemente da primeira noite, Sir Paul começa com "Magical Mystery Tour". Isso mostrava que o set list original sofreria algumas mudanças. Mostrando estar totalmente a vontade na cidade, Paul continua com " Jet" e "All My Loving". Uma nova mudança é realizada e a divertida "Coming Up", coloca todo mundo para dançar. Repetindo basicamente o mesmo discurso da noite anterior, a quinta da noite é mais uma não executada na noite anterior: "Got to Get You Into My Life". Esse início já valia o ingresso. O público em êxtase, com muitos que não estiveram presentes no primeiro dia, pode cantar "Let Me Roll It", "Long and Winding Road", "Nineteen Hundred and Eighty-Five" e "Let 'Em In". De frente para o palco, pude perceber que o telão era mais fantástico que aquele visto no dia anterior. A noite segue com mais uma mudança e no lugar de "I’ve Just Seen a Face", Paul toca "I’m Looking Through You". Isso faz lembrar como esse cara tem sucessos guardados. Apesar de ser uma baita segunda e da entrada ter sido mais tranquila que a noite anterior, o público lotava o Engenhão e cantava cada música.
A noite segue sem muitas mudanças em relação ao set list de domingo, com: "And I Love Her", "Blackbird", "Here Today", "Dance Tonight", que novamente contou com a dancinha do baterista Abe Laboriel Jr. e que foi diferente daquela da noite anterior. Aliás, dacinha essa anunciada por Mr. Paul. Mesmo depois de uma noite agitada com mais de 2 h de show e com quase 70 anos, Paul mostrava até mais empolgação que aquela vista na noite de domingo. O público presente é brindado com "Mrs Vandebilt", "Eleanor Rigby", "Something" e "Band on the Run". A faixa seguinte, "Obla di Obla da" apesar de já executada no dia anterior teve Paul dizendo o que o público deveria fazer em certo momento da música. Diversão pura. A primeira parte do show vai sendo encerrada com "Back in the USSR", "I Gotta Feeling", "Paperback Writer", "A Day in the Life/Give Peace A Chance", "Let It Be", e mais uma vez com fogos e explosões "Live and Let Die" e dessa vez sem as placas de "na-na-na", "Hey Jude". Ao final dessa primeira parte a ficha cai e começo a ter certeza que o sonho está acabando.
Para o primeiro bis, Paul e banda trazem "Day Tripper", "Lady Madonna" e "I Saw Her Standing There", que entrou no lugar de "Get Back". O já esperado segundo bis é o mesmo do dia anteior e que não podia ser diferente: "Yesterday", "Helter Skelter", essa que ficou mais furiosa que aquela apresentada no dia anterior, e finalmente "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band/The End". Uma noite que me deixou com um sorriso bobo no rosto e me realizou como fã de Paul McCartney e como fã de Rock. Uma noite que não sairá da memória, nem da minha e nem de todos os presentes.
Set list:
01. Magical Mystery Tour; 02. Jet; 03. All My Loving; 04. Coming Up; 05. Got to Get You Into My Life; 06. Sing the Changes; 07. Let Me Roll It; 08. Long and Winding Road; 09. Nineteen Hundred and Eighty-Five; 10. Let 'Em In; 11. I’m Looking Through You; 12. And I Love Her; 13. Blackbird; 14. Here Today; 15. Dance Tonight; 16. Mrs Vandebilt; 17. Eleanor Rigby; 18. Something; 19. Band on the Run; 20. Obla di Obla da; 21. Back in the USSR; 22. I Gotta Feeling; 23. Paperback Writer; 24. A Day in the Life/Give Peace A Chance; 25. Let It Be; 26. Live and Let Die; e 27. Hey Jude.
Bis 1:28. Day Tripper; 29. Lady Madonna; 30. I Saw Her Standing There.
Bis 2:
31. Yesterday; 32. Helter Skelter; e 33. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band/The End.
Ps: Para ver as fotos em tamanho maior clique nelas!
As fotos ficaram sensacionais... vc ficou realmente muito perto do palco!!! Eu nem conseguia vê-lo!!!
ResponderExcluirParabéns pela ótima resenha!!
Cara, foi sensacional mesmo hein?
ResponderExcluirValue gente, a resenha possui alguns errinhos básicos, mas fiz depois do trabalho ontem... Tentei mostrar o quanto foi emocionante esses dois dias... Obrigado pela atenção!!!
ResponderExcluirFODA!!
ResponderExcluirFoi de tal forma inacreditável saber que eu ia no show do Paul que eu sequer fiquei com expectativas, algo parecia muito fora da realidade! A ficha só foi caindo depois que eu já estava dentro do engenhão... Sensacional!!
Agora fiquei com inveja... fui só no domingo... rs
Até agora não caiu a ficha, todas as vezes que me distraio me vejo no engenhão cantando (gritando) a plenos pulmões Mrs Vandebild e Live and Let Die, inesquecível.
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