domingo, 15 de março de 2015

HISTÓRICO! (Resenha Statik Majik e Raven no Rio)

Statik Majik e Raven fazem apresentações competentes, em sábado de pouco público no Teatro Odisséia, na primeira passagem da banda inglesa pelo Rio.
Vou começar elogiando as bandas Statik Majik e Raven, boas músicas, músicos comprometidos e profissionalismo. Tudo podia ter sido perfeito, mas o público de menos de 100 pessoas presentes no Teatro Odisseia foi o ponto negativo da noite. Vários motivos podem ser citados para o pequena presença, mas o principal é que competir contra Slash e sucessos do Guns n' Roses é quase impossível. 
Mesmo sendo em horários distintos, a grana anda curta para a maioria da galera e escolher uma das atrações do dia é o que a maioria faz. Faz parte do jogo. Falei da parte negativa, mas vamos falar do que rolou de bom ontem. Pontualmente as 18 h sobe ao palco, para um público muito reduzido, a banda carioca Statik Majik. Formada atualmente por Thiago Velasquez (baixo e vocal), Leonardo Cintra (guitarra) e Luis Carlos (baterista) a banda tem o som caracterizado por uma mistura de metal tradicional com doom metal de boa qualidade. Isso fica claro logo nos primeiros momentos da noite com a música "God in the Mirror", música que abre o segundo álbum de estúdio da banda "Wrath of Mind", lançado em 2013. A entrada já mostrava que o profissionalismo da banda não seria afetado com o pequeno público presente.
Como o vocalista Thiago disse em certo momento do show: "...não importa se existem 1 ou 1000, o mais importante é respeitar os fãs". Cara, se todas as bandas pensassem assim o cenário metálico brasileiro seria outro. Enfim, vamos seguindo. A noite segue com faixas do mais recente trabalho e mostra que a banda está bem a vontade em executar cada uma delas. Sincronismo, potência e técnica, algo raro nas bandas atuais, são o forte do grupo carioca. No baixo e nos vocais Thiago faz bem o seu trabalho, mantendo o pique durante todo o show, Leonardo Cintra manda bem demais na guitarra, fazendo uma base vigorosa e destruído (no bom sentido) em cada solo, e nas baquetas Luis Carlos é daqueles que tem força e precisão. Com três músicos desse nível e sintonizados não é difícil ter coisa boa. Durante os quase 40 minutos de apresentação a banda mostrou ser um nome forte da cena metálica da cidade e que não fica a dever em nada em nomes mais consagrados. Músicas como "Drowning in Despair" e "Shadows of Hope", essa última presente no álbum "Stoned on Musik" de 2010, foram pontos altos na apresentação do trio. Para finalizar com chave de ouro a clássica "War Pigs", do Black Sabbath. Uma apresentação curta, mas excelente.
Setlist Statik Majik
01. God in the Mirror
02. Between 4 Walls
03. Drowning in Despair
04. Slaves of Greed
05. Shadows of Hope
06. Paradox of Self-Existence
07. War Pigs (cover Black Sabbath)

A atração principal subiu ao palco pontualmente as 19 h mantendo a pegada da banda de abertura, não se importando com o pequeno público no Odisseia. Com a mesma formação desde 1988 o trio bretão formado pelos irmãos John Gallagher (baixo e vocal) e Mark Gallagher (guitarra), com Joe Hasselvander (bateria) é daquelas bandas renegadas por parte dos fãs de heavy metal. No entanto, poucos sabem que se o estilo Speed Metal existe é muito por conta deles. 
O trio começa os trabalhos com a excelente "Hard Ride", mostrando que 40 anos de estrada parece ter efeito positivo, fazendo os tímpanos zunirem. Os integrantes da banda não demostravam se importavam com o pequeno público e nessa pegada são trazidas "Live at the Inferno" e a clássica "All for One", essa última cantada a plenos pulmões pelos presentes. É de impressionar como cada som da banda era perfeito, apesar de mais velhos fisicamente os integrantes mantém a pegada de outros tempos. A potência vocal de John continua a mesma, além de comandar sendo comunicativo, engraçado e competente nas quatro cordas e nos vocais, Mark é um baita de um guitarrista e supera em muito o cara da cartola que fazia apresentação na casa de show ao lado. Aliás, o cara é agitado no palco: sola, corre, pula e grune o tempo todo, mostrando além disso técnica e velocidade. Um guitarrista de Heavy Metal com letra maiúscula. O baterista Joe também merece bons comentários, pois mantém a precisão de sempre, com batidas fortes e seguras, mostrando para muitos o que é ser um baterista competente.
A aula de como fazer um belo show continua com as excelente "Destroy All Monsters" e "Rock Until You Drop", que mesmo depois de mais de trinta anos a música ainda é potente, seguida por um curto solo de Mark. A noite já estava ganha. Os fãs ainda foram presenteados com outros tantos sucessos, como "Stay Hard", "Fire Power" e "On and On", um solo magistral de John no seu baixo e um medley que misturou faixas da banda, Black Sabbath e AC/DC. Uma baita apresentação, que ficará na memória de quem foi ao Odisséia. 
 Setlist Raven
01. Hard Ride 
02. Live at the Inferno 
03. All for One 
04. Destroy All Monsters 
05. Rock Until You Drop 
** Guitar Solo 
06. Stay Hard 
07. It's Not What You Got 
08. Faster Than the Speed of Light 
09. Life’s a Bitch
10. Fire Power
11. On and On 
** Bass solo
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Ps: No YouTube tem o vídeo da música "All for One", confira:

Um comentário:

  1. Ainda bem que fui neste (ótimo) show do Raven. Lembro que na parte final (medley) ele mandaram "Symptom Of The Universe" e "Dog Eat Dog", respectivamente, Sabbath e AC/DC =).

    Hugo Mauricio de Abreu - Rio de Janeiro/RJ

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