Mangue do Rock: Consistente!

segunda-feira, 31 de março de 2014

Consistente!

Depois de 17 anos, Alan Parsons volta a cidade maravilhosa e leva o público ao delírio com sucessos de mais de três décadas.

Foram quase duas décadas, mas parece que Alan Parsons e seus sucessos ainda conseguem, mesmo com os preços salgados dos ingressos, tirar os fãs de casa. Como bom britânico a apresentação da sua banda começou pontualmente as 20 h, como previsto, trazendo uma banda formada por Alastair Greene (guitarra), Danny Thompson (bateria), Guy Erez (baixo), P. J. Olsson (vocais), Todd Cooper (vocais e saxofone) e Tom Brooks (teclados). A primeira música da noite é "I Robot", que cria o clima para os fãs receberem a banda e o seu progressivo pop.

Uma coisa que é fácil notar nos shows do Alan Parsons é a qualidade do som, seja na praia (como em 95) ou em locais fechados (como em 97 e esse ano), fazendo com que cada instrumento fosse percebido de forma clara e límpida. A apresentação segue com a boa "Damned if I do" e "Don't answer me", que são seguidas da fantásticas "Breakdown" e "The Raven", tocadas sem intervalo. O ingresso já estava valendo por essas músicas, quando o grande sucesso da banda é executada e cantada por todos, eu disse TODOS: "Time". A música é daquelas que não saem da cabeça por um bom tempo e no Brasil chegou a a ser tema do casal Lúcia e Quinzinho, na novela Baila Comigo, interpretados por Tony Ramos & Natália do Valle respectivamente. Nesses momentos é que se pensa, por que cena musical está tão decadente? Afinal não existem mais músicas assim.

Com pouco papo e muita música a banda trás "I wouldn't want to be like you", que recebeu um solo fantástico por parte de Alastair, que aliás é um baita músico. Quem não conhece seu trabalho solo deveria ouvir. Uma coisa que impressiona nas bandas formadas por Alan Parsons é a escolha dos membros. Os vocais, sempre o forte das bandas formadas por Parsons, contam com P. J. Olsson que pode não ser um brilhante vocalista mas compensa com uma energia e comunicação com o público que impressiona, e Todd Cooper que além de cantar, toca saxofone e violão em algumas músicas. Apesar dos bons vocalista é outro bom músico da banda que introduz o início da segunda metade da noite.

O baixista Guy Erez faz um pequeno solo e trás com ele a execução na íntegra da segunda parte do álbum "The Turn of a Friendly Card", com: "The Turn of a Friendly Card (Part One)", "Snake Eyes", "The Ace of Swords", "Nothing Left to Lose" e "The Turn of a Friendly Card (Part Two)". Simplesmente emocionante. Se os músicos que acompanham Parsons são comunicativos com o público, o mesmo não se pode dizer do líder. O britânico pouco fala com o público, mas com tantos sucessos as músicas falam por ele. A noite vai chegando ao fim, mas as surpresas não. Depois de executar: "Fragile", "What goes up" e "Prime time", é a vez do tecladista Tom Brooks produzir mais um grande momento da noite. O músico, conhecido pela sua vertente musical gospel, inclusive já se apresentado ao lado da cantora gospel Aline Barros, executa "Garota de Ipanema". Levou o público ao delírio e foi muito aplaudido.

Com o público já em êxtase Olsson convoca os fãs para ficarem em pé perto do palco, sendo atendido prontamente. Com a galera no "gargarejo" a banda executa "Sirius" e finaliza com "Eye in the sky". Para finalizar a noite são escolhidas "Old & wise" e "Games people play", essa última também do álbum "The Turn of a Friendly Card" que foi praticamente executado. Um belo show e que foi num ritmo alucinante, perfazendo aproximadamente 1 h e 25 min. Que a próxima apresentação não demore mais 17 anos para acontecer e que os ingressos sejam menos salgados.