segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Histórico e Emocionante.

Em noite histórica para os fãs de heavy metal, Megadeth e Black Sabbath levam ao delírio 35 mil fãs no Rio de Janeiro.


A realização de um sonho, assim posso definir o que ocorreu no último domingo. Trinta anos após ter ouvido o álbum "Speak of the Devil", contendo apenas músicas do Black Sabbath cantadas por Ozzy Osbourne, tive o prazer de de ver ao vivo os integrantes que fizeram essas músicas eternas. Antes de falar da atração principal, vamos ao show de abertura do grupo Megadeth. Cinco anos após a sua última passagem pela cidade, o grupo liderado por Dave Mustaine, e composto David Ellefson, Chris Broderick e Shawn Drover, subiu ao palco as 18:30 para um bom público já presente na Apoteose.
O primeiro petardo da noite foi "Hangar 18", que esteve alguns momentos inaudível, pelo menos onde estava, por claros problemas de equalização do som. As duas faixas seguintes levam a banda volta aos anos e executa as músicas "Wake Up Dead" e "In My Darkest Hour". Comecei a pensar, após a terceira música, como foi bom Dave ter sido expulso do Metallica. Acho que ele pode até não concordar, mas se isso não tivesse ocorrido o mundo do Heavy Metal não teria uma banda tão boa. Voltando ao show, a banda trás: "Sweating Bullets", "Kingmaker" e o sensacional "Tornado of Souls". O entrosamento entre os integrantes é impressionante e parece que a manutenção da formação nos dois álbuns mais recentes deu uma estabilizada no som da banda. Outro ponto importante que merece destaque é a performance do guitarrista Chris Broderick, que fez um daqueles solos destruidores na música "She Wolf". A apresentação é finalizada com o hino "Symphony of Destruction", "Peace Sells" e "Holy Wars... The Punishment Due". Diferente da apresentação de 2008, Dave esteve bastante falante durante os 50 min de apresentação da banda.
Setlist Megadeth
01. Hangar 18
02. Wake Up Dead
03. In My Darkest Hour
04. Sweating Bullets
05. Kingmaker
06. Tornado of Souls
07. She-Wolf
08. Symphony of Destruction
09. Peace Sells
Bis:
10. Holy Wars... The Punishment Due

Após 30 exatos minutos de intervalo uma enorme cortina é colocada a frente do palco da Apoteose e luzes vermelhas se iluminam ao fundo. A voz de Ozzye é então ouvida fazendo um "Olê - Olê - Olê" e claro o público vai a loucura. O som de uma sirene é a senha para a entrada da banda e início do show com a música "War Pigs". Os 35 mil fanáticos presentes na Apoteose cantam quase em uma só voz. O sonho de muitos estava se realizando. As quatro músicas seguintes do show são de tirar o fôlego "Into the Void", "Under the Sun", que merece destaque pelo mini solo de Tommy Clufetos nas baquetas e pelas imagens de ditadores e assassinos, no telão, e que foi finalizada com a imagem do papa Bento XVI, a fantástica "Snowblind" e "Age of Reason", presente no mais recente trabalho da banda. Mas o Mal se manisfesta para os fãs na macabra "Black Sabbath", que teve uma performance perfeita de cada um dos membros. Foi de arrepiar. 
A metade do show chega com "Behind the Wall of Sleep" que precedeu o solo de Geezer Butler, onde ele mostrou toda sua técnica e por que influenciou tantos músicos. Se o Ghost precisa de um show inteiro para invocar o mal, o Black Sabbath precisa de apenas uma música: "N.I.B." Ela é cantada pelo público como um mantra e no refrão "...My name is Lucifer, please take my hand...", quando olhei para o público, quase todos os presentes estavam com as mãos levantadas. Essa música tem exatos 43 anos e continua fazendo sucesso. Como já disse Evandro Mesquita (Blitz): "Música boa não tem data de validade". Música e nem músicos, pois exceto por Tommy Clufetos, todos os outros músicos presentes naquele palco passam dos sessenta anos. Se Butler mostra uma técnica apurada, Iommi apresenta tudo o que um guitarrista de Heavy Metal precisa ter: peso, técnica, capacidade de improviso e muito feeling. A sequencia de solos apresentadas em cada uma das faixas foram sensacionais. Voltando aos músicas do show, a primeira do álbum "13" é "End of the Beginning", muito bem recebida pelo público e que mostrou que Ozzy está em ótima forma. Sei que muitas pessoas acham que o mais recente álbum não faz jus aos anos de ouro da banda, mas na minha humilde opinião ele é bem superior aos álbuns "Technical Ecstasy" e "Never Say Die!". Aliás, voltando a falar de Mr. Orbourne é incrível como aquele homem meio doidão nas entrevista se transforma nos palcos. O cara corre de um lado para o outro, joga água nas pessoas perto do palco, pula como um sapo, faz reverências para o público e para Iommi, além de conduzir as palmas e movimentos dos braços do público.
Ozzy pode não ser a melhor voz do Metal, mas com toda certeza é insuperável no palco. Um detalhe engraçado do frontman é que após fazer um som do tipo "uhuu" algumas vezes, o público começo a fazer também. Isso resultou em alguns risos de Mr. Orbourne, dizendo em seguida: "F***-se o mundo, fiquem loucos, é bom ficar louco". As duas faixas seguintes "Fairies Wear Boots" e "Rat Salad" precedem um solo absurdo de Tommy Clufetos, mostrando que a escolha para as baquetas foi mais que acertada. A noite vai chegando ao fim e um conjunto de sucessos para ninguém botar defeito são executados: "Iron Man", "God Is Dead?", "Dirty Women", que mereceu imagens de mulheres semi nuas no telão, e "Children of the Grave". A banda sai do palco, mas Ozzy continua conduzindo o público e dos bastidores faz o público gritar "One more song". A banda volta e depois da introdução de "Sabbath Bloody Sabbath", termina a noite com "Paranoid". A noite histórica termina, me senti realizado e pensei, ainda enxugando as lágrimas que derramei durante a última música, eu vi Black Sabbath ao vivo.
Setlist Black Sabbath
01. War Pigs
02. Into the Void
03. Under the Sun/Every Day Comes and Goes
04. Snowblind
05. Age of Reason
06. Black Sabbath
07. Behind the Wall of Sleep
08. N.I.B.
09. End of the Beginning
10. Fairies Wear Boots
11. Rat Salad
** Solo de bateria de Tommy Clufetos
12. Iron Man
13. God Is Dead?
14. Dirty Women
15. Children of the Grave
Bis:
** Introdução de Sabbath Bloody Sabbath
16. Paranoid

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