Na postagem de hoje vou abordar três temas, acho que eles explicam o resultado do que foi visto no último final de semana.
A vergonha!
No último dia 19/01 a banda norueguesa Antestor passou pela cidade de Belo Horizonte para realizar um show, mas o que era para ser uma noite de muito rock e diversão quase se tornou uma tragédia. A banda em questão faz um som denominado unblack metal ou metal extremo cristão, tendo em sua letras temas com conteúdo cristão. Isso não seria problema, mas um bando de desajustados que não concordavam com o estilo e mensagem cristã da banda, resolveram colocar em prática as ameaças que estavam sendo postadas em redes sociais. A situação foi tão grave que a polícia foi convocada para garantir a segurança da banda, e em alguns momentos foram obrigados a dar tiros para o alto para tentar dispersar os 60 malucos e evitar algo mais grave. Como fã de heavy metal há mais de 25 anos fiquei com vergonha, vergonha alheia.
A desorganização!
O fato marcante do meu sábado, por um lado bom e por outro ruim, foi não ter conseguido entrar para assistir o show do grupo Eluveitie. A banda que passou pelo Rio de Janeiro pela primeira vez, fez seu show no centro do Rio numa casa de show que teve seus ingressos a princípio totalmente vendidos. Apesar de ter ficado um pouco desapontado com o fato, fiquei feliz por perceber que um show de metal no Rio tinha todos os ingressos vendidos. A minha alegria durou exatos 10 min, pois a coisa não era bem assim. Eu não era a única pessoa do lado de fora e conversando com outras pessoas descobri que apesar de existirem ingressos a venda pela internet eles não eram comercializados no local do show. Estranho! Se fosse em Portugal seria a piada do ano. No local onde está acontecendo um show não existe venda de ingressos? Você poderia estar perguntando: Cara porque você não comprou antes? Eu respondo: Os locais de venda estavam restritos a Zona Norte e Sul e a possibilidade de compra pela internet agregava a ela uma taxa de (in)conveniência. Apesar de todas tentativas de compra de ingressos, elas foram sem sucesso. Bom, regras são regras. Quando estavamos indo embora, depois de 30 min do início do show, uma pessoa ligada a casa fez a seguinte proposta: "O show já começou, mas parte das pessoas que compraram ingressos não chegaram. Você podem entrar pagando R$ 140,00 (inteira) ou R$ 70,00 (meia)". Duas questões: Podia ou não podia vender ingressos na porta? Alguém pagaria R$ 140,00 por um show começado a mais de 30 min? Isso mostra a falta de organização. Para finalizar vi uma cena bizarra, a única porta de saída da casa foi bloqueada com cadeiras de madeira e jarros de planta para fazer um fumódromo na calçada. A cena que marca a desorganização.
A tragédia!
O final dessa crônica é o retrato do país, um lugar sem lei onde se pensa apenas no dinheiro. O que se viu no último final de semana em Santa Maria é o resultado da impunidade presente nesse país e a falta de organização dos eventos. Os locais são impróprios, muitas vezes com a única saída bloqueada, sem fiscalização e com produtores amadores. Todos querem ganhar dinheiro, mas não querer respeitar as leis. A cena vista no Sul podia muito bem acontecer em qualquer lugar do Brasil, colocando em risco a vida de muitos outros jovens. Culpa de alguém? Não. Culpa de todos, de quem organiza, de quem fiscaliza e de quem deveria punir.
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