Rock in Rio: Do mais ou menos ao fantástico! (parte 1)

Para não escrever um texto enfadonho sobre cada uma das bandas e apresentações que assisti no Rock in Rio, nos dias 24/09 e 25/09, decidi fazer pequenos textos. Existe a possibilidade de algum erro na esccrita dos setlists, mas espero ser o mais fiel possível. Vamos começar falando sobre essas noites pela ida a Cidade do Rock. No sábado acordei por volta de 7 h da manhã na expectativa de ir para mais um Rock in Rio, apesar do dia não ter uma banda dentro das minhas favoritas. Não que Capital Inicial e RHCP não sejam ruins, longe disso, mas dentro do meu gosto são bem comuns. Por volta das 14 h saí em direção a Cidade do Rock e depois de deixar meu carro dentro de um shopping em local próximo ao evento, aliás recomendo isso as pessoas que não bebem, peguei um ônibus, do tipo tarifa, em direção ao Rock in Rio. A passagem no valor R$ 20,00, um tanto cara já mostrava que as coisas deviam estar um tanto inflacionadas no evento. Com uma viagem curta, quase 20 min cheguei a Cidade do Rock e nuvens negras já davam indício de chuva. Depois de circular pelo local do evento, percebi que as coisas não estavam tão organizadas. A volta, ao contrário da ida, não poderia acontecer por ônibus do tipo tarifa, pois os mesmos estava destinados apenas aqueles que compraram atecipadamente o Rio Card Rock in Rio. Assim, tive que comprar um cartão que custava R$ 15,00 e me dava direito a passagens, em ônibus comum, até o Terminal Alvorada e depois até o local onde tinha deixado meu carro. Apesar do desconforto de ter que andar 1,5 km até o local onde os ônibus estavam colocados, não havia jeito. Depois de uma volta, fui procurar algo para comer. Nunca pensei que fosse algo tão complexo, pois todos os locais estavam cheios e sem filas organizadas. O resultado disso foi a perda de tempo considerável, em torno de 25 min, para comprar um simples lanche. Bom, é claro que além de tempo a grana que você perde também é grande. Basta dizer que um copo com água mineral custava R$ 3,00. Nesse período não assisti, graças a Deus, os encontros que rolavam no Palco Sunset. Queria ter visto Mike Patton/Mondo Cane, mas fiquei vendo o jogo do meu time do coração e perdi o seu início. Aliás, três tv apresentavam jogos do campeonato brasileiro e muitos preferiram ver os jogos que rolavam ali a ver o início do show do grupo NX Zero. Vamos combinar, entre ver um show ruim e ver um jogo, prefiro a segunda escolha. Depois do jogo finalizado e do show do NX Zero acabar, me preparei para ver os shows da noite. Aqui vão os detalhes, resumidos, de cada um deles:

Stone Sour: O grupo liderado por Corey Taylor, também vocalista do Slipknot, trazia na sua formação o baterista Mike Portnoy no posto de Roy Mayorga, que pediu licença da banda para acompanhar o nascimento de sua filha. Além de Taylor e Portnoy, a banda subiu ao palco do Rock in Rio com: Jim Root (guitarra), Josh Rand (guitarra) e Shawn Economaki (baixo). A banda tinha um árdua missão, agitar um público que estava ali predominantemete para acompanhar o grupo RHCP. Sabendo disso, Corey subiu ao palco e antes de começar o show disse: "Vamos botar para foder Rock in Rio". Com bons solos e com Portnoy arrasando nas baquetas, o trabalho de Corey foi facilitado e a banda soube fazer uma apresentação tecnicamente perfeita. Não sei o público, mas fiquei um tanto impressionado com a movimentação e o som da banda ao vivo. A banda soube passar pelas faixas dos três álbum já gravados, Stone Sour (2002), Come What(ever) May (2006) e Audio Secrecy (2010), e fez uma presentação que não agradou a maioria do público. Posso dizer com certeza que a apresentação da banda ficou totalmente fora de contexto em relação a outras bandas do dia, que contava com um público "absurdamente feliz", isto é, pessoas que gostam de um som mais pop.

Setlist:
01. Mission Statement
02. Reborn
03. Made Of Scars
04. Digital (Did You Tell)
05. Orchids
06. Say You'll Haunt Me
07. Come What(ever) May
08. Your God
09. Bother
10. Through Glass
11. Get Inside
12. Hell & Consequences
13. 30/30-150

Capital Inicial: Depois do Stone Sour, subiu ao palco a banda brasileira Capital Inicial. A banda prometia agitar o público como já realizado nas duas vezes anteriores que passaram pelo festival, afinal sempre traz na sua bagagem muitos sucessos. A apresentação começou por volta das 22 h e logo no início do show já percebi que o som estava mal equalizado. Apesar disso o público recebeu bem a banda e cantava junto com Dinho Ouro Preto cada sucesso. Aliás, o vocalista Dinho estava em estado de êxtase, e antes da faixa "Natasha" disse: "Quanta gente, olha isso, cara. Caralho", e depois "Meu coração deve estar a uns 120". Foi legal ver um músico tarimbado se emocionar, mesmo com muitos anos de carreira. O show continua, mas o som não dava trégua e piorava sensivelmente, acontecendo algumas microfonias. Algo inadmissível num evento desse porte. Durante a apresentação da banda, Dinho parou para pedir água para quem passava mal na grade e pedir para a galera dar um passo para trás. Na sequência da apresentação, um fato pra lá de polêmico aconteceu quando Dinho dedicou a música "Que país é esse?" ao senador José Sarney. Dinho aproveitou para fazer críticas a "oligarquias que parecem ainda governar o Brasil", completando com “que conseguem deixar os grandes jornais brasileiros censurados durante dois anos, como O Estado de S. Paulo, cara. Coisas inacreditáveis". Segundo o portal IG, o deputado Magno Bacelar disse, na tentativa de defender o senador José Sarney, que o vocalista devia estar alterado sabe-se lá por quais motivos e disparou: "Eu já estive no Rock in Rio. Muitos dos metaleiros vão ali drogados, maconhados". O detalhe importante é que o dia de metal aconteceria no dia seguinte, mostrando a total ignorância e preconceito do deputado. Voltando ao show, posso afirmar que a banda soube passar pelos clássicos até as mais recente, fazendo uma boa apresentação apesar de todos os problemas com o som.

Setlist:
01. Como se Sente
02. Independência
03. Quatro Vezes Você
04. Natasha
05. Depois da Meia Noite
06. Como Devia Estar
07. Primeiros Erros
08. Should I Stay or Should I Go? (cover do The Clash)
10. Música Urbana
11. Que País É Esse? (cover do Legião Urbana)
12. Fátima
13. Veraneio Vascaína
Um detalhe da apresentação que quase esqueci, foram as imagens que apareciam nos "telões". A banda trouxe boas imagens para fazer o visual da músicas, nota 10.

Snow Patrol: Nem me darei ao trabalho de comentar, pois não assisti todo o show. Preferi deitar no gramado e descansar até o show do RHCP. A coisa estava tão ruim que não fui o único a fazer isso. A escolha da banda para o festival foi mais que equivocada, sendo mais adequada para um show solo em turnê própria. Com certeza foi a bola fora desses dois dias.

Red Hot Chili Peppers: Depois de uma apresentação pífia em 2001, durante a terceira edição do Rock in Rio, tinha a expectativa de ver um apresentação minimamente interessante na noite de sábado. A apresentação começou com um atraso de quase 40 min, por volta de 1 h e 10 min da manhã, com a faixa “Monarchy of Roses”, do novo álbum "I’m With You". Um escolha corajosa, afinal o álbum foi lançado a apenas um mês. Outra novidade, foi o primeiro contato do público carioca com o novo guitarrista Josh Klinghoffer, que entrou no lugar do ioiô John Frusciante, que possui boa movimentação de palco e é bastante competente nas cordas. Em relação ao outros membros, rolou o de sempre: Anthony Kiedis, com a movimentação, o baixista Flea, que entrou no palco usando uma camisa da seleção brasileira, mantém a maestria e comportamente elétrico, enquanto Chad Smith mostra competência nas baquetas. Durante a apresentação a banda passou pelos sucessos como: "Under the Bridge", "Other side", "Californication" e "By The Way", levantando o público recheado de adolescentes. No final do show a banda retorna ao palco vestida com uma camisa com o rosto de Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães, morto em 2010. O rapaz, que era fã da banda, completaria 20 anos justo no sábado e além da camisa em dado momento Anthony Kiedis disse "Happy birthday, Rafa". A banda fechou a noite com o clássico "Give It Away", encerrando uma noite bem chata e mecânica. Apesar do show de 2011 ter sido melhor que o de 2001, afinal não tinha como piorar, considero que ela foi bastante dispensável.

Setlist:
01. Monarchy of Roses
02. Can't Stop
03. Charlie
04. Otherside
05. Look Around
06. Dani California
07. Under the Bridge
08. Factory of Faith
09. Throw Away Your Television
10. Pea
11. The Adventures of Rain Dance Maggie
12. Me & My Friends
13. Did I Let You Know
14. Higher Ground (cover do Stevie Wonder)
15. Californication
16. By the Way
Bis:
17. Around the World
18. Blood Sugar Sex Magik
19. Give It Away

Curtas!

* A organização do Rock in Rio 2011 anunciou que permitirá a entrada com alimentos e bebidas não alcoolicas em seu segundo final de semana. Festival altera regras pós notificação da Delegacia do Consumidor, acusando o Rock in Rio de realizar venda casada. (fonte: Omelete)

* Jon Anderson, ex-vocalista do mítico grupo progressivo YES, vem ao Brasil para fazer uma única apresentação, no dia 13 de dezembro. O local escolhido é o Citibank Hall, em São Paulo. (fonte: Cidade Web Rock)

* O grupo INXS anunciou um novo vocalista. O escolhido Ciaran Gribbin será o terceiro cantor da história da banda, substituindo J.D. Fortune que foi demitido do grupo no ano passado. (fonte: Rolling Stone)

Vídeo dica!

Deixo aqui o show, na íntegra, do grupo Stone Sour no Rock in Rio 2011. Confira:

(fonte: Youtube)

Dica Musical: Ten Thousand Fists (Disturbed)