Em apresentação de mais de 2 h e 30 min, grupo estadunidense passa por vários sucessos da carreira e abusa dos covers para conquistar fãs cariocas.
Treze anos, esse foi o tempo que os fãs da banda Foo Fighters tiveram que esperar para rever os seus ídolos. Como era de esperar um excelente público compareceu ao estádio do Maracanã, muitos para realmente acompanhar o grupo estadunidense e outros tantos apenas para fazer selfies. A noite prometia uma apresentação apoteótica, afinal o grupo havia realizado apresentações de quase 3 h no Chile e Argentina. No entanto antes de matar a vontade de ver o grupo estadunidense, a noite começou com as apresentações dos grupos Raimundos, que levantou a galera, e do grupo britânico Kaiser Chiefs, que foi tão enfadonho que durante sua apresentação o público pedia a todo momento a atração principal da noite. O aquecimento ou quase isso permitiu deixar a galera mais ansiosa, que acabou com a entrada da banda e a execução de "Something From Nothing", presente no álbum "Sonic Highways", lançado em 2014, que teve boa receptividade por boa parte do público. Na primeira música ficou claro que apesar de ser realizado num estádio, a qualidade do som de forma surpreendente estava acima da média e não comprometeria em nenhum momento.
Perto do palco o som não era tão perfeito quanto do meio para o final do público, mas nada tão gritante. Isso nem importa para os fãs e o êxtase geral aumenta com a execução de "Learn to Fly", na minha humilde opinião o grande sucesso da banda, cantada por todos os presentes. A banda parecia estar bastante a vontade no Rio e não mostrava cansaço das maratonas realizadas nas apresentações anteriores em nosso continente, com Dave Grohl comandando a trupe como um verdadeiro maestro. Aliás, algumas coisas precisam ser ditas sobre o líder do F&F. Mesmo que ele não seja um grande guitarrista e nem vocalista, a energia sobre o palco é contagiante e é difícil não aplaudir o cara. Fazer comentários apenas sobre Dave seria um crime, afinal mesmo sendo o líder as coisas funcionam graças a bons músicos que o acompanham. Pat Smear e Chris Shiflett são bons guitarristas e com Dave fazem uma boa base para o rock cru da banda, Nate Mendel apesar de não ser um virtuoso faz seu papel bem e Taylor Hawkins, apesar de ter a árdua missão de ser baterista numa banda que tem Dave com líder, mostra personalidade e competência nas baquetas. Bons músicos e bons sucessos funcionam e isso fica claro na trinca: "Walk", "Cold Day in the Sun" e "In The Clear".
Se a apresentação já estava em alto nível ela melhora com a passagem da banda para o meio da galera, indo se apresentar num palco secundário no centro da multidão. Quem não estava tão perto do palco principal foi a loucura e Dave continuou comandando a festa com "Times Like These", seguidas da execução de quatro covers: "Detroit Rock City", "Tom Sawyer", "Stay With Me" e "Under Pressure". Duas observações precisam ser feitas aqui: a primeira é que apesar de respeitar muito a banda ficou claro a diferença monstruosa entre o grupo estadunidense e a lenda canadense, seis não conseguiram nem passar perto da qualidade do trio liderado por Geddy Lee, a segunda foi notar que muitas pessoas não tinham a mínima ideia que músicas eram essas. Lamentável. Apesar disso a noite foi fechada com chave de ouro com: "Best Of You" e "Everlong". Nem precisou do bis. Um grande show, que merece voltar.
Setlist
01. Something For Nothing
02. The Pretender
03. Learn to Fly
04. Breakout
05. Arlandria
06. My Hero
07. Big Me
08. Congregation
09. Walk
10. Cold Day in the Sun
11. In The Clear
12. This is a Call
13. Monkey Wrench
14. Skin and Bones
15. Wheels
16. Times Like These
17. Detroit Rock City (Cover de KISS)
18. Tom Sawyer (Cover de Rush)
19. Stay With Me (Cover de The Faces)
20. Under Pressure (Cover de Queen)
21. All My Life
22. Best Of You
23. Everlong
Resenha escrita com a colaboração de Daniel Frias e João Paulo Cruz Pereira.
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