sábado, 31 de março de 2012

Uma noite para ver e ouvir.

Antes de falar da noite memorável ocorrida na última quarta-feira, preciso pedir desculpas pelo atraso na resenha e pelas poucas fotos. O atraso não posso resolver, mas as fotos prometo publicar algumas em breve. A expectativa para assistir Roger Waters pela terceira vez era bem grande, afinal além de poder assistir um grande artista estaria realizando um sonho de poder ver a obra "The Wall" sendo executada na íntegra e ao vivo. A chegada até o Engenhão foi um tato complicada, visto a distância a ser percorrida entre o trabalho e o estádio, e já sabendo que teria dificuldade de estacionar. A escolha foi deixar meu carro num shopping próximo ao evento e ir até lá andando. Ao chegar próximo ao Engenhão percebi que o show não estaria tão lotado quanto o show de Paul McCartney, visto o público apenas razoável nos locais de entrada.
Entrei no estádio por volta das 20:40 e como o público era apenas razoável, consegui me colocar na grade de separação entre as pistas comum e prime. Aliás o público na pista prime era minúsculo, muito explicável pelo preço de R$ 600,00 dos ingressos. Aliás durante a minha dúvida era em assistir o show da pista comum e prime, mas como sabia que muro viraria um verdadeiro telão preferi a pista comum para poder ter noção total do que acontecia. O show teve início com um atraso de 30 min, que considero bem razoável para um evento grandioso que estava para acontecer. Depois de um aviso para que as fotos fossem feitas sem "flash" a noite começa com uma performance teatral de Roger vestido como um soldado, lembrando um nazista, para trazer a faixa "In the Flesh?", regada a muitos fogos de artifício e efeitos especiais, com direito a um avião passando por cima da platéia. O início avassalador já mostrava como a noite seria incrível.
O público mais antigo, que era maioria entre os presentes, estava ali pela obra, mas os mais novos já contavam os minutos para a execução de "Another Brick in the Wall (Part 2)". A música contou com a participação do coral da rocinha, vestida com uma camisa onde se "Fear builds walls", que além de cantar interagiu com um boneco gigante do professor citado na música. Após deixar o público em êxtase, o músico se comunicou com a platéia em um português enrolado mas entendível e agradeceu a presença de todos. Antes de iniciar a faixa "Mother", Roger dedica o show ao brasileiro Jean Charles de Menezes e a sua família, como já feito em Porto Alegre. Na realidade a dedicatória de Roger foi feita para mostrar aos brasileiros que estes também são vítimas da violência e do terrorismo no mundo. Vale lembrar que a obra diz muito sobre violência que a sociedade faz com o indivíduo e do muro criado por ele em relação ao mundo. Voltando a faixa, um imenso boneco representando a mãe super protetora de Water apareceu do lado esquerdo da platéia.
A cada música executada o muro e a platéia era completada, até que ao final da primeira parte do show não sei via mais a banda. O "muro" merece destaque e mostrou que a opção de ficar mais afastado foi boa. Um conjunto de imagens era projetada a cada faixa executada, como por exemplo na música "Goodbye Blue Sky" onde imagem de dezenas de bombardeiros sobrevoando uma região de guerra faziam os ataques liberando, ao invés de bombas, os símbolos: do nazismo, da igreja católica, do Islã, a estrela de Davi, lembrando Israel, além dos símbolos da Shell, Mercedes Benz e do McDonald's. Fica claro a crítica feita pela música e pelas imagens. A primeira metade do show se vai e a projeção com a palavra "INTERVALO" aparece. Durante esse período, imagens de pessoas que já morreram em função da guerra e na luta contra o terrorismo iam sendo projetadas.
Após um intervalo de aproximadamente 20 min o show recomeça com a música "Hey You", trazendo todos novamente para o muro. Na faixa "Nobody Home", surge de dentro do muro uma sala de estar, com Waters em frente a uma televisão e sentado em uma poltrona, sob a luz de um abajur, vendo imagens de guerra. Um cena incrível e que pegou todos de surpresa. O show vai chegando ao seu final e com ela chega a fantástica "Comfortably Numb", com um solo que me deixou arrepiado, e depois de passar por "Run Like Hell", cantada por todos no Engenhão, onde palavras como "iBelieve", "iLearn", "iHate" e "iKill (eu mato)" eram projetadas no muro, até ser encerrado com a presença de todos os músico no palco depois da derrubada do muro, com a música "Outside the Wall". Um evento fantástico, um momento inesquecível para todos quase 50 mil presentes no Engenhão. Um detalhe interessante foi algumas pessoas dizendo que não houve bis, provavelmente essas pessoas não entenderam que estava presenciando uma história em 26 atos e não justificaria um bis.

01. In the Flesh?
02. The Thin Ice
03. Another Brick in the Wall Part 1
04. The Happiest Days of Our Lives
05. Another Brick in the Wall Part 2
06. Mother
07. Goodbye Blue Sky
08. Empty Spaces
09. Young Lust
10. One of My Turns
11. Don't Leave Me Now
12. Another Brick in the Wall Part 3
13. Goodbye Cruel World

Intervalo

14. Hey You
15. Is There Anybody Out There?
16. Nobody Home
17. Vera
18. Bring the Boys Back Home
19. Comfortably Numb
20. The Show Must Go On
21. In the Flesh
22. Run Like Hell
23. Waiting for the Worms
24. Stop
25. The Trial
26. Outside the Wall

Curtas!
* O compositor e percussionista norte-americano Ralph MacDonald, criador da canção “Just the Two of Us”, morreu no domingo vítima em função de um problema pulmonar. (fonte: Destak)

* Rodrigo Tavares não é mais integrante da banda Fresno. O músico decidiu se dedicar apenas ao seu projeto solo "Esteban". (fonte: eBand)

* A turnê “WLB Final Tour”, de Tarja Turunen, que passa pelo Brasil no início de abril, será gravada para o lançamento do primeiro DVD ao vivo da cantora. (fonte: Cidade Web Rock)

* O cantor Iggy Pop criticou à falta de autenticidade no cenário musical atual e deu a seguinte declaração: "Hoje a música é como bebida barata em um supermercado ruim". (fonte: Revista Cifras)

Nós somos os outros.
O grupo Delain lançará a partir de 1º de junho, na Bélgica, o álbum "We Are The Others". O material chegará ao mercado, via Roadrunner Records, com as seguintes faixas:
01. Mother Machine
02. Electricity
03. We Are The Others
04. Milk And Honey
05. Hit Me With Your Best Shot
06. I Want You
07. Where Is The Blood (feat. Burton C. Bell)
08. Generation Me
09. Babylon
10. Are You Done With Me
11. Get The Devil Out Of Me
12. Not Enough
(fonte: Blabbermouth.net)

Vídeo dica!
Deixo aqui a música "Forgotten sons"com o grupo Marillion. Confira:

(fonte: Dailymotion)

Dica de CD: The Wall (Pink Floyd)

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